terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Inglês rápido e fácil



Você vai desistir de que em 2015?

Toda vez que conto para alguém que sou professora de inglês, sempre acabo ouvindo os mesmos tipos de perguntas e comentários: 

- Nossa! Onde você aprendeu a falar inglês tão bem? Morou fora? Estudou muito? Qual é o segredo? Qual curso você recomenda? 

A impressão que tenho é sou o Dr. Caramujo, do reino das Águas Claras e que sei exatamente o segredo da Pílula Falante que vai fazer todo mundo fluente com um simples passo de mágica. Todos querem o saber o segredo para aprender inglês rápido e ficar fluente em pouco tempo. 

Ao longo desses meus 20 anos como professora eu desenvolvi uma resposta simples para todos:

"Você vai desistir de que para estudar inglês?"

Antes de ver os olhos se revirarem e a testa franzir, vou logo completando a pergunta e explicando que não tem como aprender uma segunda língua se a sua agenda já está lotada de outras prioridades. Você precisa muito de HBNC. (Hora de Bunda Na Cadeira!) 


É curioso observar a reação das pessoas. No fundo elas já sabem que não há mágica. Antes de escolher o método, o curso, o livro ou qualquer outra coisa, é preciso que se tenha tempo. Esse pequeno detalhe cronológico é que vai determinar todo o resto. 
E cá entre nós, você tem muito não para dizer e vai ter de escolher desistir de algumas coisas para poder se dedicar a essa empreitada. Vai dizer não aos filhos, ao namorado, a esposa. Vai ter de deixar alguém ou alguma coisa de lado. Vai fechar uma janela e tentar abrir uma porta para um mundo bilíngue e fluente. 


A verdade é o tempo é uma questão primordial e tudo que vir depois disso não tem a mínima possibilidade de dar certo, se você não tiver tempo. Decida logo o que você vai abandonar no ano novo e comece logo esse destralhamento!


"I am too old for this shit!" 


Lembre-se de que entre você e seu objetivo de ser fluente há apenas as desculpas que você arranja para não seguir em frente. É mito acreditar que você não é capaz de aprender. O fato de o aprendizado ser mais lento para os adultos, não é porque já estão velhos e mentalmente cansados, mas sim, porque insistem - muitas vezes nem notam que fazem isso - em se comparar com outras pessoas. 

Essa comparação com o irmão que morou fora do Brasil, com o chefe que estudou numa Universidade X, com o nativo que foi transferido para o seu departamento ou até aquele gringo que acabou de chegar é certamente uma receita infalível para a tristeza e depressão. Quer ficar triste? Compare-se com alguém. 

Além da comparação inútil, há ainda a competição por atenção. Temos muitas obrigações para cumprir ao longo do dia e muitas pessoas para agradar e nos reportar. São os filhos, o estudo, o trabalho, os amigos...de qual deles vamos desistir? Sim, é preciso deixar alguma coisa de lado.

Não estou sugerindo a negligência como solução para sua fluência. Mas, você não vai escapar de fazer uma escolha. Escolher um é certamente desistir do outro. O que vai ser? 

Comece o ano novo fazendo está escolha. Converse com seus amigos, procure uma recomendação de um professor ou de uma escola que goste. Não espere por um milagre e nem tente comprar uma Pílula Falante como a da Emília. Não há milagres no aprendizado e na fluência de uma segunda língua. Há apenas sua dedicação. Abrir tempo na sua agenda para estudar é o primeiro passo. Não se iluda com a facilidade. A Emília é mesmo só uma personagem de uma história infantil e o Dr. Caramujo só existe nas histórias de Monteiro Lobato. 





Por Simone Vieira Resende
Professora de Inglês e Português na ABESolutions



Cursos online de Inglês, Espanhol, Francês e Português.
contato@abesassessoria.com.br


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Jornada de Estudos Linguísticos



Na sexta-feira, dia 28 de novembro, às 10h30,  tem palestra com a Profa. e tradutora SIMONE VIEIRA RESENDE.

Local: UERJ - Lidil 11 andar. Lab 01

http://www.pgletras.uerj.br/linguistica/jel/2014/



Fique de olho na programação:


Mesa-redonda: Mundo de Papel

III Ciclo de Palestras da Tutoria


Hoje, dia 26 de novembro, tem um bate-papo com a nossa tradutora Simone Vieira Resende.


Local: UFF - Campos Gragoatá - Bloco B sala 216.

Horário: 17h




Para mais informações acesse:  http://www.letras.uff.br/



sábado, 27 de setembro de 2014

Learn English!




So, You Want To Learn A Foreign Language





Source
Source

It’s the end of the year and people are making New Year’s resolutions left and right. In the quest to improve ourselves, I have no doubt that some of you out there have resolved to learn a foreign language. Now, there is no shortage of good information on the internet about how to go about doing this—in fact, a blogger I read daily just wrote a great post on this—but I thought I’d share some tips as well. This is what has worked for me. It’s all based solely on my personal experience. (In case you’re a new reader here, I have successfully learned a foreign language: in 2008, I began learning Russian and am now fluent in it.)

Choose something you’re interested in.

I cannot emphasize this point enough. You must choose a language you are genuinely interested in. Trust me, you will need this internal motivation when you are dissecting what feels like the millionth sentence in your chosen foreign language and trying to figure out the abstruse grammar rule used when you really just want to flop onto your bed and read Vampire Academy. Internal motivation is what kept me going through the hours of Russian homework I completed after doing a ton of other homework for my classes.
Don’t choose to learn a language because your parents think you should, or someone said it was easy, or some article on the internet said speakers of that language will economically rule the world someday. These are all terrible reasons to choose to learn a language. Choose a language because you love it, because you think it will enrich your life in some way. It doesn’t matter if no one else agrees. Their opinions are irrelevant. What matters is what you think.

It may not be ALL fun and games, but it should be MOSTLY fun and games.

I probably scared a lot of you in that last paragraph, talking about all that time I spent on Russian homework and analyzing sentences to understand formidable Russian grammar. Yes, that was not always so fun—but it was worth it. It was worth it when I finally had a eureka moment and fully understood how to use a certain interrogative particle in Russian. It was worth it when I walked into my intense, native-Russian-speaking professor’s office and correctly used a case that we had not yet learned in class.
Here’s the thing: learning a language is hard work. Don’t believe anyone who says otherwise. (And yes, there are people who say otherwise. They are lying and trying to sell you crappy overpriced products.) I would say about five percent of the learning you do is not so much fun. Luckily, this is mostly in the beginning, when you have to learn basic vocabulary and grammar. Once you have that down, applying it and getting to the more advanced stuff is a ton of fun. If it isn’t fun, you’re doing something wrong. Either you need to find different material on a topic that truly interests you, or you picked a language that is wrong for you. That’s okay. There’s no shame in dropping a language that isn’t right for you.

Skip the overpriced products.

You’ve probably heard of Rosetta Stone software. It’s one of the most prominent products out there, but definitely not the only one. I’m not sure about less commonly taught languages, but for the major languages like Spanish, French, German, Russian, Japanese, etc., you can get everything you need for free or very cheap on the internet. There are a ton of good websites written by language learners. (Would it be arrogant to point our you’re reading one right now? ;) ) There are news websites, sports websites, and websites devoted to all sorts of random things that you may like in your chosen language.
“But Natasha,” you’re probably thinking, “how do I tell the difference between a crappy overpriced product that won’t help me and something else that I may need to pay for but can actually help me?” My litmus test is this: if the product promises to make you fluent in an unreasonably short period of time (less than a couple of years), it’s probably not worth your time or money. Rosetta Stone promises fluency very early and I guarantee they cannot deliver on this promise. And don’t think it’s only unscrupulous corporate entities that do this. The sad thing about the language learning blogging community is there are fellow language bloggers who do this very thing. It makes me equally angry and sad that they knowingly defraud poor eager language learners just to make a buck that they’re too lazy to earn honestly (but that’s a topic for another post at another time).

Get a good foundation.

I credit my success at learning Russian to two things: my stubborn nature (I refused to give up, even when conjugating irregular verbs made me want to scream) and the man who gave me a solid foundation in the Russian language through his class at university. Getting a good foundation is so important because it will allow you to continue learning on your own later.
I acquired my foundation through taking a class. A lot of people in the language learning community like to dump on classes, but I do not think we should be so quick to dismiss them. In my opinion, they can be quite helpful, at least at the beginner levels. It’s very useful to have someone there to correct your mistakes and teach you the basics of the language. If you can’t take a class, there are a plethora of tutors online. I’ve never done online tutoring, but other language bloggers I trust swear by it and say it’s great.

Work on your listening.

Listening is an extremely important skill to acquire. Not only is it essential for having a proper conversation with someone else, but it helps your brain develop correct pronunciation. That’s why I advocate listening from day one. Even if you only understand a few words, don’t give up or get frustrated. Keep listening! And don’t listen to stuff aimed at beginners. Start off with stuff made for native speakers. I highly recommend the news: newscasters speak faster than the average person, which will help you develop an ear for the language spoken at a higher speed. Also, they are usually educated and have an accent that is considered neutral in the language.
I started listening in 2009, after I’d studied Russian for a year. It took me about two years to be able to understand everything I heard. My only regret is I didn’t start listening sooner!

Keep an open mind.

I used flashcards extensively when I was learning Russian. In fact, I still use them. One side of the card has a Russian sentence, the other has English, and I work on translating the Russian side into English. I didn’t think I would like flashcards before I tried them, but they completely revolutionized my approach to learning. Go figure.
A couple years ago, there was a war in the language learning blogosphere over flashcards. Some idiot said they don’t help and therefore no one should use them, someone else said don’t discount them because they can help, and a battle erupted. The whole thing was so stupid. I realize they don’t work for everyone, so it doesn’t bother me if other people don’t use them. I just post what works for me on my blog. Flashcards work for me, so I say that. Different approaches work for other people.
Language learners can learn from one another. Don’t discount other ideas without at least briefly considering them. I know some people swear by parallel texts—basically, these are books that have two columns, one side in the language you’re learning and the other side in a language you already know. I’ve tried parallel texts many times before, but they don’t work for me. (I always end up reading the English side.) Just because they don’t work for me doesn’t mean I’m going to write an obnoxious post saying no language learner should use them, though.

Never stop learning.

So, let’s say you keep your resolution and work at your language for a few years. You talk to native speakers, listen to the news, read books, and do a ton of stuff in this new language. You’re feeling pretty good about yourself because you’re basically fluent. You’ve successfully learned a language, so it’s time to move on to the next one, right?
Wrong. Okay, you can pick up a new language anytime you want (personally, I couldn’t start a new language until the one I was working on was firmly cemented in my brain, but I’ve heard of people doing multiple languages at once), but just because you’re fluent doesn’t mean the learning is over.
The learning never stops. This language learning thing lasts a lifetime. That sounds scary and intimidating, but it’s really not bad. You learn new words in your native language, right? There’s nothing wrong with that and it also applies to your second (and third, and fourth, and so on) language.
If you’ve chosen a language you truly like, it won’t bother you that the learning never stops. I learn something new in Russian every day. But since I love Russian so much, I get up excited to learn.
Are you committed to learning a foreign language? Let me know in the comments! Though I touched on some negative aspects of the language learning community, mostly it is a welcoming and encouraging place and I’ve had a lot of great conversations online with fellow language learners.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Entrevista




Nossa colaboradora Bianca Marigliani concedeu uma entrevista sobre o uso de animais na pesquisa, ela fala sobre como a ciência tem buscado métodos alternativos.

Além de bióloga, a Bianca é uma excelente revisora e uma tradutora cheia de talento.

Vale a pena conferir!

Clique aqui para ler a entrevista



sexta-feira, 25 de abril de 2014

Perspectivas para OS ESTUDOS DA TRADUÇÃO

Resenha


Referência: SNELL-HORNBY, Mary. Translation Sutides: Future Perspectives (Cap. 6). In: ______. The Turns of Translation Studies: New Paradigms or shifting viewpoints? Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2006, p.172-175.

Por María del Mar Carreño Leyva

The Turns of Translation Studies: New Paradigms or shifting viewpoints? é um livro crítico e ao mesmo tempo integrador que dá lugar a uma reflexão construtiva. Nele, Snell-Hornby faz uma profunda reflexão sobre o quê e como investigar, a partir de uma perspectiva integradora através de três propostas, transformadas ao longo do trabalho quase em pedidos: por um lado, a releitura de alguns autores, do ponto de vista de seu contexto histórico; por outro, uma abertura para a pesquisa não escrita em inglês, sem o inglês como língua de estudo; e, finalmente, um consenso terminológico como ponto de partida para uma melhor comunicação, a falta da qual resultou, por vezes, em diversas linhas de pesquisa, que no entanto, e de acordo com a autora, têm muito em comum.
            Assim, Snell-Hornby expõe ao longo dos seis capítulos do livro as contribuições mais inovadoras que, do ponto de vista atual, têm contribuído para a evolução da disciplina de tradução, e a estrutura resulta em uma relação quase cronológica dessas contribuições, que enfatiza a relevância em seu momento histórico, revelando as intrincadas relações entre as várias mudanças de pensamento e do contexto social e político concreto.
            No capítulo 6, a autora esboça brevemente uma série de propostas que visam uma melhor compreensão no seio da comunidade científica dedicada ao estudo da tradução. Ela duvida que seja possível falar de uma “virada sociológica”:
As the topic [of social implications on translation] has been around for so long, it is debatable whether it is now creating a new paradigm in the discipline: at all events translation sociology is a welcome alternative to the purely linguistic approach, and it is an issue of immense importance with a wealth of material for future studies. (Snell-Hornby 2006: 172)
Snell-Hornby defende o uso duma metalinguagem mais precisa, sem ambigüidades, compatível, e que reflita a pluralidade; defende a proposta de Finkenstaedt e Schröder de usar o multilingüismo passivo para enfrentar a tendência predominante do inglês no mundo acadêmico, como uma entrada para novas ideias, agora enterradas em obras mais desconhecidas. Mas sua visão vai além dos limites dos Estudos da Tradução, e propõe um discurso transparente para abrir a disciplina para outras comunidades científicas, promovendo assim uma troca enriquecedora.
            É verdade que a Europa que aparece em The turns of Translation Studies parece mais povoada ao norte do que no sul em relação aos autores citados, e se olharmos para o índice vamos sentir a falta de alguns nomes importantes, por exemplo, da Espanha, como Mayoral ou Hurtado.
            No entanto, cabe dizer que o trabalho é uma clara aposta na descentralização do conhecimento, não só através das várias chamadas contra o monolinguismo inglês, mas também pela introdução de nomes que podemos considerar menos mediáticos e pela citação de referências difíceis de consultar, como teses de doutorado.

            É significativo que as últimas palavras do livro sejam destinadas a um chamado para melhorar a comunicação entre colegas, saltando as barreiras linguísticas que nos arrastam para o que ela chama de "o império do inglês". Mary Snell-Hornby quer que seu trabalho seja uma visão pessoal da história dos Estudos de Tradução com uma clara intenção: construir pontes.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Questões Gramaticais: Notícia biográfica

O professor Carlos Nougué acabou de lançar um novo blog.



Suculento!





Questões Gramaticais: Notícia biográfica:



Carlos Nougué , nascido no Rio de Janeiro e atualmente com 62 anos, ocupou a cadeira de  Língua Portuguesa  e a de  Tradução Literária ...

Os Estudos da Tradução No Brasil

Resenha do texto: Os Estudos da Tradução no Brasil
Por Simone Vieira Resende

Referência: 

1. MILTON, John. Translation Studies in Brazil. Lintas Bahasa Translingua (Indonesia), v.15, p. 53-62, 2011.


O texto do professor John Milton da Universidade de São Paulo conta a história do desenvolvimento da disciplina Estudos da Tradução no Brasil.
O texto está organizado em quatro partes distintas. A formação da disciplina, o crescimento dos cursos de pós-graduação nas décadas de 80 e 90, a institucionalização dos Estudos da Tradução e a parte final que trata de assuntos relevantes sobre essa área de investigação.
De acordo com John Milton, o pesquisador Paulo Ronái é considerado o pai dos Estudos da Tradução no Brasil, o imigrante húngaro foi editor e tradutor de várias obras de Balzac para o português em um projeto da Editora Globo entre 1945 e 1955. Como editor e tradutor ele já se interessava pelas questões tradutórias.
Na década de 80 os irmãos Haroldo e Humberto de Campos se destacavam traduzindo obras de grande renome para o português e dando prestígio acadêmico à tradução. Eles eram inovadores com seus conceitos teóricos e davam ênfase aos aspectos visuais e auditivos da tradução. Haroldo ficou conhecido por cunhar o termo “transcriação” que em um primeiro momento se referia as estratégias tradutórias que não seguiam a dicotomia forma/conteúdo da poesia. Para Haroldo de campos a transcriação ou recriação não era sinônimo de infidelidade, pelo contrário, segundo ele, esse fenômeno passava longe da adaptação e era, de uma forma geral, extremamente fiel ao texto de partida.
A tradução dos dois, assim como a teoria de tradução apresentada por eles, apresenta maneiras de se abrasileirar algumas expressões, lançar mão de neologismos e transcriar trechos. A meu ver, esse arcabouço criado e defendido por eles muito contribuiu para a fundamentação dos estudos da Tradução como conhecemos hoje. Como tradutores, ele foram responsáveis por introduzir muitos autores universais no sistema literário brasileiro, como investigadores e teóricos da tradução, propagaram ideias inovadoras sobre a estética, a teoria literária, a semiótica. A obra dos irmãos Campos é dotada de muita universalidade, com grande alcance internacional.
Outro pesquisador e tradutor que se sobressai nessa época é José Paulo Paes, ele concorda com muitas das ideias dos irmãos Campos, porém discorda do uso dos neologismos em obras traduzidas. JPP dedicou a literatura e depois que se aposentou como editor, ele deu início a vários trabalhos como tradutor, trazendo para o português obras de Charles Dickens, Joseph Conrad, Lewis Carroll, entre outros tantos. Como reconhecimento pelo excelente trabalho como tradutor, ele foi nomeado diretor da oficina de tradução de poesia do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, a UNICAMP. 
Outro autor reconhecido por sua contribuição aos estudos da Tradução como disciplina foi Nelson Ascher. Eles escreveu vários artigos sobre tradução e também era tradutor. Assim como José Paulo Paes, Ascher também não tinha uma formação em literatura, Paes era químico de formação e Ascher estudou um pouco de medicina, mas se formou em administração. Ele trabalhava como jornalista, escritor e editor.
Sendo assim, fica fácil perceber que a produção de estudos e colocações sobre a tradução no Brasil não se iniciou na academia, ou seja, na universidade, sendo antes disso um fenômeno que começou fora dela, nas editoras, nos projetos editoriais de tradução e escrita literária. Pode-se notar que esse fenômeno se deu a partir das publicações na Folha de São Paulo de alguns artigos dos irmãos Campos, Paes e Ascher. Esses artigos, mais tarde, foram também publicados pelo primeiro periódico sobre tradução lançado no Brasil, o Tradução e Comunicação, da UNIBERO.
Apenas nas décadas de 80 e 90 foi que a universidade começou a demonstrar interesse pelos estudos da tradução. Haroldo de Campos, José Paulo Paes e Nelson Ascher começaram a se encaixar em projetos universitários, o primeiro foi convidado a lecionar na Pós -graduação e o segundo organizou o primeiro seminário sobre tradução na Unicamp e o terceiro criou a Revista USP e é seu editor. Nesse período era muito grande o interesse dos alunos em estudar tradução no nível de mestrado e doutorado, essa demanda fez a oferta crescer e outros cursos de formação em tradução começaram a se espalhar pelo Brasil.
O segundo ponto importante do artigo trata da institucionalização da disciplina.  Nesse trecho o autor reforça a necessidade de se observar os fatores que fazem com que se reconheça uma disciplina acadêmica como sendo independente. Não se trata apenas de possuir sua própria linha teórica. Esse estabelecimento se dá a partir da observação de alguns elementos como a fundação de grupos, organizações e associações que possam vir a organizar congressos, simpósios e encontros sobre o assunto, assim como publicações acerca da tradução. O autor ressalta a criação da ANPOLL, da ABRAPT e consequentemente dos eventos organizados por essas associações e organizações.
A publicação de Jornais e periódicos, assim como a criação de cursos de pós-graduação são fatores que também marcam o estabelecimento dessa área como uma disciplina acadêmica independente.
O final do artigo ressalta as mudanças ocorridas no campo da tradução por conta das novidades tecnológicas que tomam conta do globo, - como por exemplo o advento das ferramentas tradutórias, o uso de corpora eletrônicos, a tradução automática e o uso da internet - como sendo um marco para a evolução e consolidação da disciplina como um todo. Essa tecnologia trouxe para os ET diferentes áreas de investigação e que podem ainda ser amplamente exploradas como no caso da tradução de libras, da tradução áudio visual, da localização e muitas outras.
Para John Milton, a disciplina cresceu muito aqui no Brasil, mas, segundo ele, ainda se publica muito pouco sobre as pesquisas realizadas aqui no Brasil, principalmente nos jornais e periódicos internacionais.



sexta-feira, 14 de março de 2014

Os primórdios da Tradução 1

AS TEORIAS LINGUÍSTICAS DA TRADUÇÃO.



Por  María del Mar Carreño Leyva

Referências:

JAKOBSON, Roman. Aspectos Linguísticos da Tradução. Linguística e Comunicação.
Trad. Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 2007, p. 63-72.
Editora Cultrix. São Paulo. 2011.

Resenha:


ASPECTOS LINGUÍSTICOS DA TRADUÇÃO.


Publicado en inglês em: R. A. Brower, org.: On Translation, Harvard University Press, 1959

Entre as obras de Jakobson destaca sobremaneira um ensaio, escrito em 1959, por sua importância no campo das reflexões gerais e fundamentais sobre os problemas da tradução. On Linguistic Aspects of Translation concentra em dez páginas aquilo que mais de cinquenta anos depois continua sendo um recurso de valor inestimável para quem investiga a natureza do processo da tradução.
É necessário advertir o leitor que não se confunda com o título do ensaio, particularmente com a palavra "linguística". Jakobson tem um amplo conceito de linguística que excede em muito os limites tradicionais desta disciplina.

O ensaio não trata da tradução como ação, mas da importância da tradução no campo semiótico e da tradução como conceito. Um dos primeiros e mais importantes critérios é o seguinte: “ninguém poderá compreender a palavra ‘queijo’ se não tiver um conhecimento não linguístico do queijo”. É uma frase de Bertrand Russell, que cita Jakobson. O que Russell afirma é que as palavras, como tais, não são capazes de transmitir significados que não tenham raízes em uma experiência direta e subjetiva do objeto do discurso. É uma afirmação controvertida para um tradutor, pois sua aceitação implicaria que para um sujeito não familiarizado com uma determinada cultura seria impossível assimilar palavras que se referem a conceitos ou objetos específicos dessa cultura e alheios à sua própria cultura. Jakobson contesta essa afirmação, argumentando que a solução seria explicar que "queijo" significa "alimento derivado da coalhada de leite”. Para um indivíduo pertencente a uma cultura na qual não existisse o queijo, só bastaria saber o que é "coalhada" para ter uma ideia do que pode significar "queijo". O processo de significação frequentemente atua assim. Jakobson obtém uma conclusão fundamental: “o significado de toda palavra ou frase é sempre um fato semiótico”. Não faz sentido, portanto, atribuir um significado (signatum) ao objeto em si nem ao signo (signum): ninguém nunca notou o cheiro ou gosto do significado de "queijo" ou "maçã". Só pode haver signatum se houver signum. O significado de uma palavra – se permanecermos no contexto verbal – não é nada, mas a sua tradução a outras palavras. Aqui percebemos a importância da tradução, em um sentido amplo, para comunicação em geral e a comunicação intercultural, em particular. Sem tradução é impossível conseguir que uma pessoa possa entender objetos que não fazem parte de sua cultura.  

De acordo com Jakobson, há três maneiras de interpretar um signo verbal:

 1)   A tradução intralingual ou reformulação, que é uma interpretação dos signos verbais por meio de outros signos da mesma língua.

2) A tradução interlingual ou tradução propriamente dita, que é a interpretação dos signos verbais por meio de outra língua.

3) A tradução intersemiótica ou transmutação, que é uma interpretação dos signos verbais por meio de sistemas de signos não verbais.

No exemplo com a palavra “queijo” estava-se tentando fazer uma tradução intralinguística, ou seja, explicar, por meio de paráfrase ou circunlóquio sem recorrer a outro idioma, o termo "queijo". Em outras palavras, pretendia-se encontrar termos que fossem quase sinônimos. "No entanto, a sinonímia, via de regra, não é uma equivalência", adverte Jakobson. Explicar o significado de uma expressão em outras palavras é sempre o resultado de uma interpretação, que pode variar de acordo com a pessoa que o faz. A partir deste fato, podemos também deduzir o leque de possíveis versões que oferece a tradução interlingual.

Jakobson contraria o pensamento dogmático de alguns tradutores de que não há possibilidade de tradução, afirmando que “qualquer signo pode ser traduzido num outro signo”. Na concepção do autor, toda experiência cognitiva pode ser traduzida e classificada em qualquer língua existente. Quando ocorre uma falha, é possível adaptar e ampliar a terminologia por meio de empréstimos, calcos, neologismos ou transferências semânticas ou circunlóquios. Assim, quanto mais rico for o contexto de uma mensagem, mais limitada será a perda de informação. Por tanto, as línguas diferem essencialmente naquilo que devem expressar e não naquilo que podem expressar. Jakobson salienta que a língua, em sua função cognitiva, depende muito pouco do sistema gramatical, porque a definição de nossa experiência está numa relação complementar com as operações metalinguísticas, ou seja, “o nível cognitivo da linguagem admite e exige a interpretação por meio de outros códigos, a recodifição, isto é, a tradução”.

Naturalmente, não existe um método universal, empírico e repetível para decidir quando tais deficiências se apresentam, se devemos intervir com a própria capacidade de mediação cultural (como tradutor, por exemplo) e de que forma, dentre os métodos que cita Jakobson. Em outras palavras, é impossível definir um único método para resolver o problema dos resíduos ou perda na tradução. Isto significa que a pesquisa linguística deve voltar-se para a tradução, seja intralinguística, interlinguística ou intersemiótica. Não é possível estudar a língua sem enfrentar sua interpretação, ou seja, suas "traduções" possíveis. Pode-se, então, afirmar que a linguística centra-se na semiótica e na tradução, no sentido mais amplo.


Assim, Jackobson propõe uma revolução conceitual comparável à transição do sistema ptolemaico ao copernicano. Os estudos de tradução, vistos assim, deixaram de ser um campo marginal da linguística para tornar-se o sol em torno do qual orbita a ciência da linguagem.




Os primórdios da tradução 2

Quer saber um pouco mais sobre teoria da tradução?


Teorias Linguísticas da Tradução:
Por Simone Vieira Resende

Referência: VINAY, Jean-Paul; DARBELNET, Jean. A Methodology for Translation. Trans. By Juan C. Sager e M.-J. Hamel. In: VENUTI, Lawrence (Ed.) The Translation Studies Reader. London/New York: Routledge, 2000, p.84-93.

Resenha

No texto A METHODOLOGY FOR TRANSLATION, uma metodologia para a tradução, Vinay e Darbelnet descrevem sete métodos de tradução organizados em duas categorias: a tradução direta e a tradução oblíqua. Por um lado, a tradução direta, como o próprio nome diz, se refere a escolha do tradutor de traduzir cada elemento da língua fonte para a língua alvo com base em um suposto paralelismos entre os idiomas. Por outro lado, a tradução oblíqua se dá quando essa transposição não é possível, quando há algum tipo de diferença estrutural entre a língua de partida e a língua de chegada, que pode ser tanto sintática quanto lexical. Dentre os sete procedimentos descritos, três são classificados como tradução direta e quatro são tradução oblíqua.
A tradução literal, o empréstimo e o decalque são métodos classificados como sendo tradução direta. O empréstimo é um procedimento usado pelo tradutor quando há uma lacuna metalinguística entre o texto de partida e o de chegada. A unidade que está sendo traduzida é desconhecida na língua de chegada e assim ela é simplesmente reproduzida no texto alvo com a mesma estrutura do texto de partida. O decalque é um uma classificação similar ao empréstimo, porém a estruturas do léxico já sofre alterações ortográficas ou algum tipo de adaptação que a deixe mais familiar para a cultura de chegada.   A tradução literal é o mesmo que a tradução palavra por palavra. O texto fonte e o texto alvo têm o mesmo número de palavras. Mas, não é só isso, a ordem das palavras segue a mesma formação sintática, classe gramatical e correspondentes lexicais.
A meu ver o procedimento do empréstimo é muito próximo ao que conhecemos como estrangeirismo, já que as unidades tradutórias são reproduzidas no texto de chegada da mesma forma que aparecem no texto de partida, muitas vezes representadas em itálico ou em negrito ou até entre aspas, já o decalque, ele deixa de ser um tipo de estrangeirismo no momento em que a unidade que está sendo traduzida já é conhecida na cultura de chegada e funciona como sendo o que chamamos de neologismo. Algumas combinatórias se fixam de forma permanente no léxico de chegada e podem até ganhar uma estrutura própria, mais familiar para o leitor da cultura alvo. Uma afirmação dos autores que considero de extrema relevância e que pode até ser usada para justificar o papel nuclear e permanente do tradutor na sociedade atual - mesmo com o advento da tradução automática - é o fato de que os dicionários não oferecem soluções para todos os problemas que os tradutores enfrentam no seu dia-a-dia de trabalho, são os tradutores que vão compreender a totalidade da mensagem e tomar a decisão de como transportá-la para a cultura alvo. Essa afirmação me faz acreditar que nenhuma máquina jamais foi ou será capaz de fazer isso tão bem como o cérebro humano.
 A tradução oblíqua apresenta quatro procedimentos distintos: a transposição, a modulação, a equivalência e a adaptação. O procedimento chamado transposição tem como base a ação de rearranjar o texto de forma morfossintatica. Funciona como se o procedimento fosse o da tradução literal, mas na verdade, a tradução literal deixa de acontecer porque as palavras são reagrupas de uma forma diferente do texto de partida. Em outras palavras, mesmo que as unidades que estão sendo traduzidas, sejam traduzidas literalmente, caso não haja uma igualdade estrutural, o procedimento usado é a transposição. Por exemplo, quando traduzimos a frase He is a bad boy, por ele é um garoto mau, ao invés de mau garoto estamos usando o procedimento da transposição. O procedimento da transposição também se dá quando duas palavras são transformadas em uma ou o oposto, quando uma se transforma em duas e até mesmo quando há uma mudança na classe gramatical. Em certas situações, a transposição chega a ser obrigatória por causa da estrutura fixa da língua de chegada.
O procedimento da modulação mantém a ideia da unidade tradutória de partida, mas faz mudanças semânticas no texto de chegada. Tal como traduzir a expressão She is not tall por ela é baixa.
A equivalência é um procedimento muito similar a modulação, porém as mudanças que ocorrem são mais drásticas e alteram a estrutura do texto de partida de uma forma radical. A equivalência se dá ao traduzirmos os clichés, as expressões idiomáticas, os provérbios e os ditos populares. Os autores lembram que nesse procedimento grande parte das equivalências são fixas e se referem a combinatórias e fraseologias consagradas na cultura de chegada.
No caso do procedimento da adaptação, o que acontece é o extremo, quando não há equivalência do segmento tradutório entre os dois idiomas. Sendo assim, a adaptação é quando o ato de traduzir cria uma equivalência parcial de sentido do texto de partida na cultura de chegada, por que não há correspondente entre as duas culturas. Em outras palavras, esse é um procedimento cultural de assimilação, ele é o oposto do que acontece com a tradução literal, exatamente o contrário. Como por exemplo, a tradução do trecho She missed me por ela sente saudades de mim. Esse método afeta tanto a estrutura sintática como o fluxo de ideias do trecho. Os autores consideram fácil identificar quando o tradutor não usa o procedimento da adaptação, para eles, essa ausência afeta todo o texto, mesmo quando o tradutor consegue criar um texto considerado correto, ele pode não ter um tom fluente.
A meu ver, todos os métodos prescritos pelos autores são pertinentes quando usados de forma conjunta. Utilizar apenas um ou escolher um procedimento como melhor do que o outro não me parece uma prática adequada. Mesmo quando se trata de ideias radicais como a tradução literal e a adaptação, procedimentos que são complicados e quase nunca confessados como escolhas do tradutor. Quando questionado sobre a forma como se traduz, acredito que nenhum tradutor admita perante o cliente que o texto dele sofreu adaptações e nem que tenha sido traduzido palavra por palavra. Acredito, porém, que para o tradutor em formação, o conhecimento desses procedimentos seja fundamental para que o tradutor possa justificar suas escolhas tradutórias de forma consciente. Para mim, esse é o papel da teoria de tradução, ou seja, ajudar o tradutor e o pesquisador a embasar e justificar suas escolhas feitas na prática tradutória diária.
Acrescento ainda que, a meu ver, a ideia de se criar um método prescritivo de procedimentos tradutórios pode ser muito útil para a investigação e descrição das traduções já existentes, porém, por se tratar de uma abordagem essencialmente linguística, acredito que ela peque ao deixar de lado procedimentos que foram surgindo com o passar do tempo que atendem demandas das novas gerações de textos criados, como por exemplo a questão da comunicação e da semiótica que muitas vezes forçam o tradutor a usar procedimentos como a transcriação de trechos de humor, legendas e até mesmo, textos de especialidade.




sexta-feira, 7 de março de 2014

Evento de Tradução em São Paulo


CAFÉ COM TRADUÇÃO

Estivemos presentes nesse evento em novembro do ano passado (2013)

Não ficaremos de fora dessa nova edição!

Imperdível!

Clique aqui para mais informações

Faça sua inscrição aqui: Inscrição




Entrevista com o tradutor Carlos Nougué

A tradutora Diana Margarita publicou uma entrevista com o tradutor Carlos Nougué no seu blog. 

Imperdível!!

“La pluma es lengua del alma; cuales fueren los conceptos que en ella se engendraron, tales serán sus escritos.”
Don Quijote


Tradução de espanhol. Diana Margarita. Blog sobre tradução, tradução de espanhol, gramática, literatura, cultura e entretenimento.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Inglês Sem Frescura: Aprenda Expressões em Inglês - Time On Your Hands

Esse blog é mesmo tudo de bom!!

Aprendendo Inglês com o melhor, sem frescuras
.


Inglês Sem Frescura: Aprenda Expressões em Inglês - Time On Your Hands: Time On Your Hands Esta é uma  expressão muito comum em Inglês. Você vai ouvi-la bastante em filmes e em situações reais. Se você disser q...

terça-feira, 7 de janeiro de 2014